sábado, 10 de novembro de 2018

O que realmente é farmacotécnica afinal? Preciso saber algo sobre isso?

Como já havia sido adiantado no post inicial deste blog, farmacotécnica em linhas gerais é:

     É um ramo da farmácia, que tem como objetivo a fabricação de medicamentos através de formas
farmacêuticas ideais para a maior absorção do princípio ativo, conforme o tipo de tratamento. Nesta
área estuda-se também o desenvolvimento de novos produtos, técnicas de manipulação, doses e as
formas farmacêuticas, as interações físicas e químicas entre os princípios ativos e os excipientes e veículos.
    Visando sempre o tratamento e a qualidade deste para os pacientes, que são diversificados e apresentam diferentes dificuldades e/ou facilidades. Proporcionar um tratamento mais simples aumenta a chances de adesão e finalização de certos tratamentos. A farmacotécnica é o curinga (ou carro chefe) das ciências farmacêuticas!
    Mas já pensou o porquê é importante saber sobre isso? Vamos lá!

    Os medicamentos possuem diferentes Formas Farmacêuticas (FF), podendo ser: sólidas, semi-sólidas e líquidas, e vou citar alguns exemplos:
  • Nos sólidos podemos encontrar: comprimidos, cápsulas e drágeas; 
  • Nas semi-sólidas: cremes, pastas e pomadas; 
  • Nas fórmulas líquidas: soluções, emulsões e suspensões; 
    Alheio a isso, os medicamentos também podem ter diferentes tipos de administração e uso, sem contar que cada uma delas possui diferenças na velocidade do desaparecimento de sintomas.
    A via de administração é a forma como o medicamento será utilizado pelo paciente, para exercer sua atividade farmacológica. DEpendendo das condições do paciente e do objetivo do tratamento a ser feito, pode ser que um determinado tipo de via de administração e FF possuirá mais vantagens ou desvantagens. As vias vão ser divididas em dois grandes grupos: Via enteral e a Via parenteral.
  •     Via enteral: vias oral, sublingual e a retal; 
  •     Via parenteral: vias intravenosa, intramuscular, subcutânea, respiratória e tópica. 
    Há outras vias, como a via respiratória, via ocular, via intranasal e via auricular. E a via vaginal também pode ser utilizada para determinadas finalidades.
    As vias de absorção afetam a velocidade e a extensão de absorção do fármaco. 
    De maneira geral, a utilização de um medicamento pela via parenteral, intravenosa é a mais rápida de todas com o pico imediato após a aplicação, isso explica a escolha por administrar a medicação pelo soro em pronto socorros. A segunda, também por via parenteral, é intramuscular conhecida muito bem pela injeção (quem nunca se traumatizou com uma Benzetacil?) possui também uma atuação rápida. Em sequência temos a via parenteral novamente, através da subcutânea comumente utilizada por pessoas que fazem o uso de insulina e anticoagulante de uso cutâneo. Por fim, e muito utilizada a via Oral, que se encontra na categoria da via enteral.

    Podemos conferir isso no gráfico:
Concentração da droga no sangue em relação as vias de administração.
    E agora, o que eu faço com toda essa informação?


    A farmacotécnica de forma empírica em nossas vidas!

    Você já teve dor de cabeça, dor no corpo e febre algumas vezes na vida, ou sabe de alguém que teve… Acredito que sim. Então, qual a primeira reação? Vou tomar um Dipirona, Paracetamol, Ibuprofeno e até mesmo algum relaxante muscular, certo? Normalmente é isso que ocorre!
    Esses medicamentos podem ser obtidos facilmente em qualquer farmácia ou drogaria, pois são Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP’S), ou seja, possuem venda livre, porém não dispensa a orientação farmacêutica sobre seu uso. Ok? Haverá uma postagem sobre os MIP’s e quais são eles mais pra frente.
    É claro que a administração de forma livre desses medicamentos é feita para a administração oral, mas acredite se quiser, há medicamentos de uso orais que agem mais rápido do que outros! E posso te mostrar.
    Qual a diferença do medicamento líquido e do comprimido?
    Não há o melhor medicamento, e sim o mais indicado para cada faixa etária e perfil do paciente.
    Tratando-se de crianças, é mais fácil utilizar líquidos, devido a dificuldade de engolir um comprimido e da dose ser elevada para o tamanho e peso. Alguns medicamentos líquidos possuem sabor e aroma para facilitar a ingestão, e claro os idosos são uma parcela deste grupo que pode ter dificuldade de deglutição, dificultando o uso de comprimidos.
    É sempre melhor obter a versão líquida ao invés de cortar, amassar e triturar comprimidos para o uso (a não ser que o comprimido seja feito para isso, ou seja o tratamento indicado).. Pois, mesmo nas melhores das intenções, essa prática pode causar perda da eficiência do medicamento e prejudicar a absorção da fórmula farmacêutica, pois ela foi estudada e planejada para ser engolida inteira e não de outra forma.
    Analisando o tempo de ação do líquido com o sólido, o medicamento líquido possui o efeito mais rápido em relação a sólida. Simplesmente pelo fato de que o sólido precisa ser dissolvido pelo organismo para iniciar seu efeito terapêutico, já o líquido não passa por isso.

O USO DE QUALQUER MEDICAMENTO PODE CAUSAR DANOS, POR ISSO É IMPRESCINDÍVEL ORIENTAÇÕES DE MÉDICOS OU FARMACÊUTICOS QUANTO AO USO E A DOSE RECOMENDADA! CONSULTE-O.
Qualquer que seja a opção prescrita pelo médico, é fundamental manter o medicamento longe de umidade, calor e crianças. As ações da oscilação de temperatura podem comprometer a validade e a função do medicamento. Em caso de dúvidas, consulte o médico!


Como informação nunca é demais, vamos aos BÔNUS!
    Qual o tipo de bebida ideal para ingerir os comprimidos?
    Sempre é a água! Pois, pode ocorrer algum tipo de interação entre o medicamento e a bebida, como sucos, leite e refrigerantes. O medicamento passou por muitos estudos, e como aprendemos, a farmacotécnica atuou nisso e você não quer correr mais o risco de comprometer a absorção e a ação do medicamento.
    Ah! Ingerir o medicamento sem nenhum líquido também pode ser prejudicial, pois o medicamento pode ficar preso no esôfago, e não queremos isso, pois pode irritar a mucosa dessa região e interferir também no início da ação do medicamento no organismo. Assim, leia sempre a bula em orientações sugeridas pelo fabricante, o que também não isenta de se orientar com quem sabe sobre o assunto.


Referências bibliográficas:
Fontes: Anvisa.
Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/genericos/profissionais/conceitos.htm.
Acesso em: 9 de novembro de 2018.

http://www.anvisa.gov.br/propaganda/educacao_saude/caderno_professor.pdf. 
Acesso em: 9 de novembro de 2018.
Artigos:
Rangel, SM e Cassiani, SHDB. Administração de medicamentos injetáveis por via intramuscular: conhecimento dos ocupacionais de farmácias. Rev Esc Enferm USP 2000; 34(2): 138-44.

Coimbra, JAH, Cassiani, SHB. Responsabilidade da enfermagem na administração de medicamentos: alguma reflexão para uma prática segura com qualidade de assistência. Rev Latino-am Enfermagem 2005; 9(2): 56-60.

Livro:
Teoria Geral Da Administração Volume 1
Autor: Idalberto Chiavenato
Editora: Campus - 6ª edição.

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